Covid 19: Vacina desenvolvida pela UFPR em breve entra em fase final
Fonte: Assessoria de Comunicação CRF-PR
Data de publicação: 3 de novembro de 2022
Estudo completa dois anos e apresenta resultados promissores na fase pré-clínica. Tudo dando certo, pesquisa em humanos pode começar entre o final deste ano e o começo do próximo
Desde junho de 2020, a Universidade Federal do Paraná (UFPR) realiza o desenvolvimento de uma vacina contra a Covid-19, que está em fase de estudos pré-clínicos. O imunizante tem insumos 100% nacionais, possui baixo custo de produção (cerca de R$ 5 a R$ 10 por dose), tecnologia inovadora de transporte em pó e a previsão de que esteja em fase de testes clínicos (em seres humanos) é em breve.
Para falar sobre a pesquisa e os estudos realizados referentes à vacina, o professor, Dr. Emanuel Maltempi de Souza, professor do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular, presidente da Comissão de Enfrentamento e Prevenção à Covid-19 da UFPR e um dos pesquisadores responsáveis pela vacina da Universidade, participou da 929ª Reunião Plenária do CRF-PR, ocorrida em 20 e 21 de outubro, na sede do CRF-PR.
Ele repassou aos participantes, presenciais e online, todas as fases da pesquisa, resultados e os próximos passos. Os pesquisadores trabalham com uma técnica diferente da utilizada comumente em vacinas, em que a imunização é estimulada por meio da inoculação de um vírus inativo. No estudo da UFPR, a ideia é utilizar o polihidroxibutirato (PHB), um tipo de polímero produzido por bactérias, recoberto com partes específicas da proteína Spike, que é o que liga o vírus Sars-Cov-2 às células humanas, provocando a infecção e a Covid-19.
Próximos passos
Tendo em vista que a pesquisa já demonstrou a produção de anticorpo neutralizante (que é o melhor indicativo de que a vacina vai funcionar em animais), os pesquisadores já iniciaram o procedimento de solicitação de autorização continuada para a fase clínica, abrindo conversas com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para conseguir autorização para a fase clínica do estudo, que observará, em três etapas diferentes, a segurança da vacina em seres humanos e também sua eficácia, ou seja, a proteção conferida contra a doença, efetivamente.
“Gostaria de dizer que começa neste ano [a fase clínica], mas já errei muitas vezes. Vamos um passo de cada vez. Estamos atrasados em relação à proteção animal e levaremos 3 ou 4 messes nesses experimentos. Dando certo, vamos escutar o que a Anvisa vai nos dizer e, se tudo funcionar bem, este ano ainda conseguiremos, pelo menos, estar bem adiantados nesse processo de autorização”, afirma Emanuel Maltempi de Souza.
Ao final, o professor agradeceu o convite e ficou à disposição para voltar em outras ocasiões para demonstrar o avanço da pesquisa no desenvolvimento de uma vacina contra a Covid-19.