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Começar a aula às 7h não faz sentido, diz pesquisador da UFPR
Fonte: Uol Educação
Data de publicação: 17 de agosto de 2015
Créditos: Marcelle Souza
O professor Fernando Louzada, da UFPR (Universidade Federal do Paraná), defende uma escola com horários mais flexíveis e que dê mais atenção à necessidade de sono dos alunos. Para ele, dormir mais pode ajudar na consolidação da aprendizagem.
"As escolas estão fazendo tudo errado, não levam em conta o sono dos estudantes", diz o professor, que faz parte da Rede Nacional de Ciência para Educação, formada por um grupo de pesquisadores que se reuniu na segunda-feira (27) no Instituto Ayrton Senna, em São Paulo, para compartilhar pesquisas que podem ser aplicadas na sala de aula.
"Sempre que me perguntam qual é a escola ideal eu respondo: a que fica mais perto da sua casa, porque você pode dormir mais", afirma Louzada, que critica a predominância de escolas com horários matutinos. "Começar a aula às 7h não faz sentido nenhum", diz.
Para o pesquisador, esse horário privilegia os "matutinos", que naturalmente têm mais disposição de manhã, em detrimento dos estudantes que não conseguem dormir cedo. Desse modo, Louzada sugere um novo modelo de carga horária: 3 horas fixas para todos os alunos (das 9h às 12h) e duas horas flexíveis (das 7h às 9h para quem prefere acordar cedo ou das 13 às 15h para quem é vespertino).
"O sono tem um papel ativo na aprendizagem. A gente precisa dormir para aprender. Ele atua não só na consolidação do conhecimento, como também é importante para desenvolver a criatividade", diz.
Sesta
Se chegar bem descansado na escola tem um papel fundamental para entender o conteúdo, o cochilo após o estudo também pode ser um aliado na aprendizagem. "A escola precisa ter tempo para a sesta, no mínimo até os 7 anos", diz. Mas não para por aí, nas demais idades também é importante ter disponível um espaço para o cochilo.
"A sesta é uma estratégia para compensar a falta de sono. A escola não pode colocar uma aula de alfabetização às 13h", afirma Louzada.