Tudo sobre a farmácia na Inglaterra e Reino Unido
Fonte: http://www.farmaceuticas.com.br/
Data de publicação: 12 de maio de 2015
Créditos: Betina Radowitz Efrom
Começo dizendo que as farmácias aqui são vistas como parte integrante do NHS (National Health System), o SUS aqui do Reino Unido. Para trabalhar em farmácia precisa ter qualificação para tal, independentemente do nível. As farmácias normalmente têm níveis de funcionários, o dispenser e o pharmacy assistent que trabalham no balcão recebendo as prescrições, o pharmacy technician que dispensa as medicações e orienta os pacientes e o pharmacistque é o farmacêutico responsável.
Sobre a venda de medicamentos
Os medicamentos de venda livre, OTCs, são vendidos em farmácias, supermercados e até em “vendinhas” e existem os que são considerados como venda livre, ou seja, sem prescrição, mas que são vendidos no balcão da farmácia, após uma breve orientação sobre seu uso. Nesse caso incluem-se alguns antialérgicos e algumas combinações de analgésicos que requerem uma atenção maior antes de sua dispensação. Todos os outros medicamentos são vendidos apenas com prescrição, sem exceções.Prescrição
Para adquirir um medicamento, você entregar a sua prescrição ao dispenser que confirma se tem em estoque e avisa que levara uma meia hora, porque toda prescrição passa pelo farmacêutico antes de ser dispensada. A população já está acostumada com isso e ninguém reclama pelo fato de ter que aguardar. Tive um episódio em que o farmacêutico estava em horário de almoço e tivemos que aguardar uns 45 minutos até seu retorno. Na hora de dispensar, o pharmacy assistent entrega o medicamento na quantidade exata da prescrição (eles fracionam os blisteres) já com uma etiqueta com o modo de usar e tira suas dúvidas se necessário.
Um fato interessante e que aqui se pega pela prescrição, e não pelo valor do medicamento. A prescrição custa £8,20 por item. Existem as opções de se pagar trimestralmente £29,10 ou anualmente £104,00, o que se torna vantajoso quando se faz um tratamento prolongado ou uso crônico de medicamentos.
Diferença entre a farmácia brasileira e a farmácia da Inglaterra
O que mais difere das farmácias do Brasil é o fato de se poder vender de tudo (o site da Boots vende inclusive eletrodomésticos), mas sem que se perca a farmácia como um espaço de saúde. A população realmente reconhece o farmacêutico como profissional de saúde e o procura quando tem necessidade. É interessante também observar o fato da dos medicamentos prescritos terem um preço fixo, o que faz com que as farmácias busquem outras opções além do preço para fidelizar o cliente. A Boots, por exemplo, tem uma parceria com o NHS para que a receita seja enviada eletronicamente para a farmácia, assim o paciente já tem o medicamento disponível na hora em que chega na farmácia e não precisa retornar ao médico para solicitar novas receitas para medicamentos de uso crônico. Quanto aos medicamentos, são praticamente os mesmos comercializados no Brasil, com a principal exceção da dipirona, que aqui também é proibida.
Conclusão
Em geral gosto muito do atendimento das farmácias aqui e acredito que a população é bem orientada quanto aos serviços farmacêuticos. A organização do sistema de saúde faz que o profissional farmacêutico esteja inserido no cuidado da saúde e o torna valorizado.