Vacina contra o ebola será testada a partir de sábado na Guiné
Data de publicação: 5 de março de 2015
A Guiné começará a testar no próximo sábado (7) a eficácia de uma vacina contra o ebola em uma das regiões do país mais afetadas pela doença, que causou mais de 9 mil mortes no mundo, anunciou nesta quinta-feira a OMS (Organização Mundial da Saúde). Esta vacinação voluntária constitui a "fase 3" dos testes clínicos que estão sendo realizados agora com a vacina VSV-ZEBOV, desenvolvida no Canadá e cujos primeiros testes foram promissores para prevenir a infecção do vírus do ebola.
"Se a vacina for efetiva, será a primeira ferramenta preventiva da história contra o ebola", disse a diretora geral da OMS, Margaret Chan, em comunicado. A vacinação com VSV-ZEBOV, cuja patente foi adquirida pela farmacêutica Merck, vai acontecer em uma zona da Guiné onde há uma maior incidência da doença. Outra vacina experimental, a Chade-EBO, da britânica GSK, também mostrou resultados promissores.
A diretora geral adjunta da OMS Marie-Paule Kieny, encarregada da pesquisa e luta contra o ebola da organização, disse que a epidemia do ebola mostra sinais de retrocesso, mas não podemos baixar a guarda até que não haja nenhum caso.
O objetivo desta vacinação voluntária com VSV-ZEBOV é por uma parte comprovar se é efetiva em pessoas que estiveram em contato com pessoas infectadas com o vírus e por outra ver se se transformam em um anel de proteção para impedir novos contágios.
Além disso, será proposto vacinar o pessoal que atende os doentes na zona. O diretor médico da Médicos Sem Fronteiras, ONG que participa do projeto em coordenação com as autoridades sanitárias guineanas e da Noruega, Bertrand Draguez, disse que há mais de um ano está "correndo contra o relógio para que a epidemia não se estenda".
Desde setembro de 2014, foram testadas duas vacinas contra o ebola em cerca de 15 países da África, Europa e América do Norte. Segundo os dados mais recentes da OMS, 23.253 pessoas foram infectadas pelo vírus do ebola e 9.380 morreram durante esta epidemia, que começou em dezembro de 2013 em África Ocidental. Após semanas de diminuição de novos casos, nas últimos dois houve um aumento, particularmente em Serra Leoa e na Guiné. Na semana de 9 a 15 de fevereiro, em Serra Leoa foram registrados 74 novos casos, dos quais 45 ocorreram na capital, Freetown; e 52 na Guiné.
Fonte: R7