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Governo e parlamentares defendem integração para acelerar inovação em saúde
Data de publicação: 12 de junho de 2014
O VI Fórum Nacional de Inovação Tecnológica na Área de Saúde no Brasil, reuniu no dia 05/06 em Brasília, parlamentares e representantes do governo, de instituições de P&D e da iniciativa privada. Temas como complexo produtivo, pesquisas clínicas e incorporações tecnológicas, o papel estratégico dos laboratórios públicos nacionais, foram amplamente debatidos.
O evento contou com participação dos deputados federais Izalci Lucas (PSDB-RS) e Dr. Marco Ubiali (PSB-SP). Titular da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados, Izalci destacou projetos em andamento ligados ao tema, em especial a PEC 690 - PEC da Inovação -, que tramita de forma apartidária na Casa. Dr. Ubiali, por sua vez, chamou a atenção para alto custo do setor e a lentidão da inovação no país. “A Saúde é o setor que mais depende de recursos e de inovação. Mas estamos em 64º lugar entre os países inovadores”, lamentou. O deputado defendeu maior interação entre os setores da economia e empresas públicas e privadas: “só assim alcançaremos, a médio e longo prazo, condições para oferecer uma saúde plena e de qualidade para todos”.
O presidente da Associação de Laboratórios Farmacêuticos Oficiais do Brasil (ALFOB), Júlio Felix criticou o déficit da balança comercial da Sáude e a vulnerabilidade do SUS, com base em dados apresentados no evento. Para ele, o complexo econômico e industrial da saúde compõe um mercado significativo, que exige uma contribuição e disponibilidade maior para a população. “O alinhamento do projeto Brasil Maior com o complexo industrial tem como focos inovação tecnológica, investimento e adensamento produtivo”, lembrou. Na ocasião, também defendeu a interação público-privada e acadêmico para impulsionar a inovação no segmento. “No final quem vence e quem colhe os resultados é a saúde da população brasileira”, concluiu.
Maria Sueli Felipe, coordenadora de Inovação da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), ressaltou que biotecnologia é uma tecnologia cara, lenta e de alto risco Nesse sentido, ponderou a importância de se criar uma estratégia nacional e com objetivos coerentes para amenizar os problemas que envolvem o processo de desenvolvimento de novas tecnologias em saúde. “Precisamos catalisar e acelerar o processo de inovação no setor”, afirmou. Explicou, ainda, que no Brasil é preciso adaptar o modelo de inovação ao SUS. “O que me preocupa nisso é o quê de informações estamos perdendo no que diz respeito ao conhecimento gerado na academia que não está sendo apropriado pelo setor produtivo”, ponderou. Com experiência acadêmica de 35 anos na Universidade de Brasília, Maria Sueli considera que um desafio que deverá ser enfrentado nas PDPs é a falta de recursos humanos com formação e competência em engenharia de bioprocessos; hoje os maiores desafios nesta área são a infraestrutura industrial para a rota biotecnológica e falta de recursos humanos capacitados no Brasil. “Provavelmente teremos que, em um primeiro momento, importar pessoal qualificado nesta área para atender a demanda das indústrias de produção de biológicos”.
O fórum também contou com presença do Instituto Butantan (SES/SP), representado pelo seu diretor substituto, Marcelo De Franco, que, na ocasião, apresentou a estrutura do órgão ligado ao governo de São Paulo, e o processo do complexo industrial sobre novas vacinas e novos produtos em saúde. De acordo com ele, atualmente o Butantam possui 40 patentes, algumas bastante inovadoras, com destaque para o produto derivado da saliva do carrapato, que combate a trombose, além de inúmeros produtos nano estruturados, que aumentam a capacidade imunológica de vacinas.
Gerente do Departamento de Fármacos e Biotecnologia da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), Rafael Paganotti Figueiredo também apresentou, na oportunidade, a atuação da entidade como importante apoiadora de planos estratégicos de inovação. Além de citar a Inova Saúde, que conta com o envolvimento da instituição, destacou o modelo criado em parceria com o IPEA, o FINEP 30 Dias, em funcionamento há oito meses, que, segundo ele, vem aumentando a qualidade e eficiência da análise do plano e divulgação das condições de financiamento de projetos inovadores (se aprovados).
Fonte: Imprensa - Ação Responsável