CFF constata: população não está atenta aos riscos da automedicação
Data de publicação: 24 de janeiro de 2014
Nos últimos cinco anos, o Brasil registrou quase 60 mil internações por intoxicação medicamentosa, segundo dados do Ministério da Saúde. No ano de 2010, segundo aponta o Sinitox – Sistema Nacional de Informações Tóxico-farmacológicas, foram 27.710 pessoas internadas. Somente no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, são 600 ao mês. Apesar da frequência dos casos, a população demonstra não estar atenta aos riscos da automedicação. Foi o que constatou o Conselho Federal de Farmácia - CFF em uma ação promovida em São Paulo, no dia 18 de dezembro. Todo o trabalho foi filmado e transformado em um vídeo, lançado hoje, dia 20 de janeiro, Dia do Farmacêutico. O vídeo está sendo divulgado por meio das redes sociais.
Para a produção do vídeo, o CFF se inspirou em uma campanha realizada pela Confederação Farmacêutica Argentina (COFA) contra a venda livre de medicamentos naquele País. O Conselho produziu um medicamento fictício e o distribuiu a mais de 4 mil pessoas, na esquina das Avenidas Paulista e Consolação, um dos pontos mais movimentados da capital paulista. Para dar verossimilhança à simulação, uma tenda foi montada com autorização da prefeitura e um grupo de atores se caracterizou de promotores do medicamento. Observadores verificaram e registraram a reação das pessoas.
Os resultados foram surpreendentes. “A maioria aceitou passivamente o ‘produto’, sem nada perguntar. Quase ninguém (0,35%) quis saber quem era o fabricante. Menos de 1% perguntou se o suposto medicamento tinha alguma contraindicação”, comenta o presidente do CFF, Walter Jorge João. “O maior porcentual de pessoas que questionou alguma coisa sobre o suposto medicamento, quis saber qual era sua indicação (14,96%), o que revela certo interesse pela sua utilização posterior.”
O lançamento do vídeo ocorreu pela manhã, durante ação do Farmacêutico na Praça, que está sendo realizada em parceria com o Conselho Regional de Farmácia de São Paulo (CRF-SP), na Praça Rotary, na capital paulista, até 15 horas. Simultaneamente, está sendo realizada a distribuição de cerca de 5 mil caixas do mesmo medicamento fictício aos transeuntes. Como da primeira vez, dentro das caixas, há um blister vazio com alerta sobre os riscos da automedicação. A proposta é fazer com que as pessoas, ao invés de comprimidos para se automedicarem, recebam uma boa dose de orientação.
Divulgação - O link do vídeo http://youtu.be/PizTEJW7NKE está sendo encaminhado a todos os farmacêuticos do País por mensagem de telefone, com felicitações pelo Dia do Farmacêutico. A intenção é que os profissionais propaguem o alerta contra a automedicação. Além disso, até 14 de fevereiro uma equipe especialmente contratada pelo CFF estará a postos para interagir com pessoas que, pelo Facebook ou Twitter, manifestarem intenção de se automedicar ou divulgarem que fazem uso de medicamentos sem prescrição. A equipe repassará a estas pessoas uma mensagem de alerta sobre os riscos da automedicação, junto com o link de acesso ao vídeo.
Fonte: Comunicação CFF