Medicamentos para disfunção erétil podem ser um novo problema para a saúde pública
Data de publicação: 5 de novembro de 2013
O consumo de medicamentos para disfunção erétil - impotência sexual masculina - não é recomendado para homens que não apresentem qualquer tipo de dificuldade em ter ou manter uma ereção peniana. Mas pesquisas já identificam o uso impróprio sem indicação médica ou excessivo desses medicamentos, com o propósito de intensificar o desempenho sexual em pessoas que não têm distúrbios relacionados à disfunção erétil.
Esses medicamentos, que agem como inibidores da fosfodiesterase-5 iPDE5, estão sendo utilizados por muito homens como “drogas de estilo de vida”, vistos como ferramentas de conforto, felicidade e para o bom desempenho sexual masculino. Tendo isso em vista, farmacêuticos do Centro Brasileiro de Informação sobre Medicamentos do Conselho Federal de Farmácia Cebrim/CFF elaboraram uma abordagem sobre o tema, publicada por meio da Nota Técnica nº 2/2013.
Na análise do Cebrim/CFF, estão descritas as principais consequências trazidas pelo uso indiscriminado desse tipo de medicamento, e, até mesmo, da associação destes com o uso de substâncias ilícitas, como a cocaína, a maconha e o Ecstasy, sob forma recreativa. De acordo com o relato, “o uso abusivo e recreacional dos iPDE5 torna os usuários susceptíveis às reações adversas conhecidas e pode ocasionar a exacerbação destas devido à superdosagem muitas vezes utilizada”.
Potenciais interações farmacológicas, perigosas e algumas vezes fatais, podem advir do uso concomitante dos medicamentos para disfunção erétil com outros medicamentos exemplo: nitratos orgânicos e com substâncias ilícitas. O usuário pode ter cefaleias intensas e prolongadas, além de ereções dolorosas. O uso concomitante de Ecstasy com sildenafila Viagra®, por exemplo, pode provocar desmaios, síncopes, e, em alguns casos, ereções extremamente prolongadas, com lesão da musculatura peniana.
Doença – Para que um homem desenvolva disfunção erétil, além da idade avançada, há outros fatores de risco, como diabetes mellitus tipo 2, o sedentarismo, os distúrbios relacionados ao sono, a obesidade, as síndromes metabólicas e também as doenças crônicas relacionadas aos rins, fígado e pulmões.
Algumas substâncias também podem estar envolvidas no desenvolvimento da disfunção erétil, entre as principais, certos medicamentos que agem no sistema nervoso central, como por exemplo, alguns antidepressivos e antipsicóticos; medicamentos utilizados para o tratamento da hipertensão, como diuréticos tiazídicos, betabloqueadores; além de substâncias psicotrópicas como a maconha, cocaína, opioides, álcool e nicotina.
Alguns estudos clínicos recentes têm demonstrado que a adoção de hábitos de vida saudáveis, como parar de fumar, reduzir o consumo de álcool e praticar atividades físicas; além de diminuir o risco de problemas cardiovasculares, pode trazer benefício adicional para o tratamento da disfunção erétil.
Fonte: Comunicação CFF