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Proibição de Emagrecedores no mercado gera preocupação
Data de publicação: 4 de março de 2013
Com a proibição de três emagrecedores à base de anfetaminas em dezembro de 2011, médicos que tratam a obesidade têm enfrentado dificuldades para encontrar alternativas eficazes e seguras para controlar e vencer a doença. Em breve, a situação pode ficar ainda mais complicada, já que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) pode proibir também a sibutramina, medicamento que aumenta a sensação de saciedade e que hoje é vendido e prescrito de forma restrita.
Após a retirada dos inibidores de apetite anfepramona, femproporex e manzindol, sob a alegação de que causavam dependência química e provocavam efeitos colaterais, restaram aos médicos quatro opções: fazer a migração para a sibutramina, receitar remédios off-label, indicar cirurgia bariátrica ou, simplesmente, ficar de mãos atadas até que surja um novo medicamento.
Isso porque, ao contrário do que se pensa, a obesidade é uma síndrome que muitas vezes não é vencida apenas com exercícios físicos e reeducação alimentar. Além de hábitos saudáveis, a doença exige intervenção medicamentosa que atue diretamente nos centros da fome e da saciedade que existem no cérebro.
Sem opção
Os mais prejudicados, de acordo com a endocrinologista do Hospital de Clínicas da Universidade de São Paulo e diretora da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), Cintia Cercato, são os pacientes do SUS. “Quando os inibidores foram proibidos, o HC deixou de receitá-los, e aqueles que não se adaptaram à sibutramina e não podem fazer a cirurgia ficaram sem remédio e voltaram a engordar”, diz.
A médica explica que quem tem condições financeiras pode se valer de um medicamento off-label (que é quando é usado para tratar uma doença não descrita na bula, mas que a prática médica já constatou que é eficaz). É o caso do Victoza, aprovado para tratar diabete, mas que tem bons efeitos contra a obesidade, e é reconhecido pela Anvisa. Mas o remédio não é ofertado pelo SUS.
“Não vi benefício algum na proibição”, lamenta Cintia, que diz que o argumento da Anvisa de que o medicamento faz mal e é muito consumido de forma clandestina – o país é o terceiro do mundo que mais consome anfetamínicos – não leva em conta quem realmente precisa do remédio. “O papel da agência é justamente fazer a vigilância e coibir o uso indevido, e não punir quem toma o remédio por questões de saúde, e não de estética, receitado por profissionais sérios”.
Clique aqui e veja na íntegra a matéria publicada pelo site Gazeta do Povo
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Fonte: Jornal Gazeta do Povo