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Medicamento para leucemia aguda só tem estoque para seis meses
Data de publicação: 18 de janeiro de 2013
O tratamento para a leucemia linfoide aguda --principal leucemia da infância e que afeta também os adultos-- pode ficar comprometido pela falta de um medicamento sem substituto no mercado brasileiro.
O risco potencial é reduzir a sobrevida de 3.000 pessoas que se tratam dessa leucemia no país por ano. A doença na criança tem índices de cura que se aproximam de 90%.
Em dezembro, a empresa brasileira que comercializa o Elspar (L-asparaginase), o laboratório Bagó, avisou os médicos que o fabricante estrangeiro encerrou a produção.
A empresa afirma ter estoque para seis meses. Até lá, espera encontrar outro fabricante e iniciar o registro junto à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
"Já fui à Índia, à Europa e vou à China na semana que vem. Mas não encontro fabricantes adequados à nossa legislação", diz Soraia Morais, diretora técnica da Bagó.
Apesar do estoque, já há dificuldade de encontrar o Elspar. Um hospital em Passo Fundo (RS), por exemplo, tem três doses disponíveis, o que já não atenderia o tratamento de duas crianças acompanhadas no centro.
A falta da L-asparaginase faz parte de um problema maior: mundialmente há o risco de desabastecimento de remédios, o que já mobilizou até o presidente americano Barack Obama, segundo Cláudio Galvão de Castro Junior, hematologista do hospital Albert Einstein.
"São drogas altamente eficazes, mas que, por serem baratas e terem nicho de mercado pequeno, estão deixando de ser produzidas." A dose da asparaginase não chega a custar R$ 100.