Governo lança programa de atendimento móvel para mamografia
Fonte: Bem Estar
Data de publicação: 1 de outubro de 2012
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, assinou nesta segunda-feira (1º) portaria que cria um programa de unidades móveis para fazer mamografias em locais estratégicos, como o interior e as periferias das grandes cidades, principalmente entre mulheres das camadas mais carentes da população e na faixa prioritária de 50 a 69 anos.
A implantação do programa está prevista ainda para este ano e a estimativa é de que cada unidade móvel tenha capacidade de realizar 800 mamografias por mês, de acordo com o ministério. Não foi informado o número de unidades que circularão pelo país. Os exames serão enviados via satélite para os estabelecimentos de saúde, para que o diagnóstico seja apresentado em até 24 horas.
Segundo o ministro, as áreas mais carentes são nas regiões Norte e Nordeste, e no interior do Centro-Oeste, Sul e Sudeste. Segundo dados do Ministério da Saúde, mamografias realizadas pelo Sistema Único de Saúde para a faixa prioritária cresceram 41% primeiro semestre deste ano quando comparadas ao mesmo período de 2010.
Em 2012, 2.139.238 mulheres realizaram o exame preventivo de câncer, sendo 1.022.194 na faixa prioritária. Em 2010, foram feitas 1.677.272 mamografias, sendo 726.890 na faixa prioritária.
O governo pretende dobrar o número de exames realizados para 8 milhões, cobrindo cerca de 65% da população alvo da realização de exames. O Brasil, em 2011, fez quase 4 milhões de exames.
"O Brasil cresceu 41% nos ultimos dois anos do caminho. Queremos continuar crescendo e atingir a meta de 8 milhões", afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Em julho, a Câmara aprovou o PL 3887/97 que prevê um prazo máximo de 60 dias, contados a partir do diagnóstico, para início de tratamento do câncer. O projeto deverá ser votado pelo Senado ainda este mês. A Agência Nacional de Saúde (ANS) regula o prazo em 21 dias.
Outubro Rosa
"A detecção do câncer de mama nos estágios zero e 1 tem 95% de chance de cura", explicou a presidente da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama), Maira Caleffi. "Quanto maior o tamanho e maior o envolvimento de outros gânglios e órgãos, as chances de cura diminuem."
A Femama lançou nesta segunda o movimeno nacional Outubro Rosa 2012. A mobilização tem a finalidade de conscientizar a população sobre a importância da detecção precoce da doença para redução da mortalidade.
Prédios e monumentos históricos ao redor do Brasil serão iluminados na cor de rosa, como o Congresso Nacional, em Brasília e o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro.
Segundo a Federação, o câncer de mama é o que mais mata mulheres hoje no Brasil. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca) a previsão para 2012 é de 52 mil novos casos de câncer de mama diagnosticados, com aproximadamenet 13 mil de casos fatais. Segundo o instituto, mais de 30 mulheres morrem por dia em decorrência da doença.
"Não se pode aguardar sinais ou sintomas mais evidentes, sobretudo alterações no exame físico para se realizar exame de mamografia de rastreamento", diz Maira Caleffi. "Não se pode aguardar evolução, que às vezes é silenciosa, para se realizar a mamografia".
A campanha para detecção precoce do câncer de mama faz parte do Plano Nacional de Prevenção, Diagnóstico e Tratamento do Câncer de Colo do Útero e de Mama, lançado pela presidente Dilma Rousseff em 2011.