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Substância encontrada no sabonete pode danificar músculos, diz estudo
Data de publicação: 14 de agosto de 2012
Pesquisadores da Universidade da Califórnia e do Colorado, nos EUA, apontam que um produto químico antibactericida usado em alguns tipos de sabonetes, pastas de dente, enxaguantes bucais, desodorantes e detergentes pode comprometer a função muscular.
O estudo analisou o comportamento de peixes e camundongos em relação à substância triclosan. Foram aplicadas doses semelhantes às que as pessoas usam no dia a dia.
Os resultados aparecem na edição desta semana da revista científica "Proceedings of the National Academy of Sciences" (PNAS).
Segundo os autores, o composto – no mercado há mais de 40 anos – impede contrações musculares, o que diminuiu a velocidade do nado nos peixes e a força dos roedores avaliados. O triclosan atinge as fibras musculares esqueléticas e células cardíacas, o que poderia pôr em risco a sobrevivência dos animais, no caso de um predador aparecer.
O professor Isaac Pessah, do Departamento de Biociências Moleculares na Escola de Medicina Veterinária em Davis, que pertence à Universidade da Califórnia, diz que o triclosan é encontrado na casa de quase todas as pessoas e pode ser um motivo de preocupação para a saúde humana e o meio ambiente.
Além dos produtos de higiene e limpeza já citados, a substância compõe a fórmula de roupas, roupas de cama, tapetes, brinquedos e sacos de lixo.
A Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês) dos EUA estimou, em 1998, que mais de mil toneladas de triclosan eram produzidas anualmente no país. Os resíduos do produto podem ser detectados em rios e mares, no organismo de animais aquáticos (como peixes e golfinhos), e no sangue, urina e leite materno de seres humanos.
Segundo a agência americana Food and Drug Administration (FDA), que regula remédios e alimentos, com exceção do uso em algumas pastas de dente para prevenir gengivite, o triclosan não oferece mais benefícios à saúde.
Isso vale para outros sabonetes antibactericidas, que não seriam mais eficazes que sabonetes normais e água. Além disso, um uso excessivo desses produtos poderia favorecer o desenvolvimento de bactérias resistentes. Agora, a FDA e a EPA estão fazendo novas avaliações de risco desse produto químico.
Fonte: Site G1